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Chefe Global de Subscrià§àµes – Obras de Arte e Valores em Espécie, AXA XL

Aristóteles foi o primeiro a elaborar o conceito de dinheiro como meio de troca e instrumento para a armazenagem de valor. Ele também observou que, independentemente da forma assumida, o dinheiro é mais útil quando é:

  • Durável; não desbota, corrói ou muda ao longo do tempo
  • Portátil; possui grande valor em relação ao seu tamanho e peso
  • Divisível; pode ser separado ou combinado sem que suas características fundamentais sejam perdidas
  • Intrinsecamente valioso; seu valor é independente de outros objetos e contido no próprio dinheiro.

O ouro foi, historicamente, a escolha preferida, já que atende a quase todos esses critérios; sua única desvantagem é a portabilidade. As moedas fiduciárias atuais também possuem estas características, embora seu valor intrínseco dependa da credibilidade e força da autoridade emissora.

Surge uma nova moeda

O bitcoin e outras criptomoedas também têm o potencial de satisfazer as condições aristotélicas. Como moeda digital, o bitcoin não está suscetível ao dano físico; ele pode ser movido/transferido com facilidade e segurança; cada moeda pode ser prontamente dividida em subunidades; e as características de sua arquitetura digital o tornam intrinsecamente valioso.

O bitcoin surgiu em 2009. Suas origens eram misteriosas, e seu propósito não ficou imediatamente claro. Oito anos mais tarde, no entanto, criptomoedas, incluindo o bitcoin, valem quase 16 bilhões de dólares. O bitcoin ainda domina, com cerca de 85% do valor de todo o mercado de criptomoedas.

Os bitcoins são baseados em "blocos" que precisam ser "minerados" usando processos computacionais extremamente demorados. Um minerador que consiga encontrar um novo bloco recebe bitcoins recém-criados e taxas de transação. (Clique aqui para ler sobre as operações de mineração de bitcoin gigantes que estão sendo desenvolvidas na Islândia, aproveitando a energia renovável e barata do país, bem como seu clima frio).

O protocolo também especifica que o grau de dificuldade na busca por novos blocos é automaticamente ajustado para refletir o poder de mineração total da rede. Isto significa que descobrir um novo bloco torna-se cada vez mais difícil, à medida que a rede cresce.

Ao mesmo tempo, o prêmio em bitcoins para novos blocos cai pela metade a cada 210.000 blocos minerados. Depois de algum tempo o valor dos novos blocos chegará perto do zero, e nenhum novo bitcoin será criado. O protocolo define o número máximo teórico em cerca de 21 milhões de bitcoins; esse limite deverá ser atingido em 2140.

Estas características - dificuldade crescente, queda de valor, limite superior fixo - representam na verdade uma política monetária baseada na escassez artificial. Essa escassez serve como fonte do valor dos bitcoins, ainda que não existam em forma física. (Clique aqui para ler mais sobre como carteiras "frias" e "quentes" são usadas para armazenar bitcoins, além de como ambas podem ser vulneráveis a roubo).

Dinheiro: é um sucesso

Além de suas origens obscuras, a curta história do bitcoin tem sido turbulenta.

Seu valor flutua drasticamente, e a moeda também tem atraído o interesse de organizações criminosas e terroristas, tanto como meio clandestino de troca quanto como alvo de vários grandes roubos.

Já que os bitcoins podem ser transferidos de maneira segura e anônima, traficantes, por exemplo, têm usado a moeda para vender drogas na deep web, e vítimas de ataques de ransomware frequentemente têm de pagar em bitcoins para que seus dados sejam desencriptados. O ISIS também supostamente usa bitcoins para receber fundos de doadores anônimos. (Clique aqui para ler mais sobre como os bitcoins ajudaram a promover um grande aumento no número de ataques de ransomware em todo o mundo).

Comparado a moedas estabelecidas e a outras commodities, o valor dos bitcoins tem se mostrado volátil. Após cair acentuadamente em 2015, seu valor mais do que duplicou em 2016. Na verdade, o bitcoin foi a moeda com o pior desempenho em 2015 e com o melhor desempenho em 2016.

Além disso, grandes quantidades de bitcoin sumiram de algumas das transações realizadas. Em especial, 460 milhões de dólares em bitcoins desapareceram em 2014 durante a maior troca de bitcoins do mundo, precedendo o colapso da organização. A má gestão tem sido outro desafio para novas trocas de bitcoins, já que entusiastas da criptomoeda e especialistas em programação subitamente são levados a gerenciar organizações financeiras grandes e complexas.

Definitivamente talvez

A despeito destas controvérsias e contratempos, as infraestruturas necessárias para estabelecer e sustentar moedas digitais, incluindo o bitcoin, estão sendo construídas aos poucos. Além disso, elas começam a ocupar um espaço em diversas áreas da economia global.

Embora poucos estabelecimentos no mundo real aceitem bitcoins em suas transações, há cada vez mais aceitação entre comerciantes on-line. No entanto, os bitcoins podem vir a se tornar mais difundidos no mundo do consumo à medida que plataformas de pagamento móvel se tornam mais frequentes e amplamente usadas.

O que parece mais provável é que o bitcoin venha a se tornar um dos meios de troca preferidos no comércio internacional. Como uma "moeda sem fronteiras" que depende de algoritmos de encriptação confiáveis e de um livro-razão distribuído – a blockchain – o bitcoin é potencialmente atraente para empresas que lidam com clientes, fornecedores ou parceiros de negócios em vários países.

Já que não são necessários intermediários para processar ou verificar uma troca, as transações com bitcoins podem ser conduzidas de maneira segura, eficiente e anônima. Além disso, a arquitetura do blockchain cria a possibilidade da criação de contratos inteligentes, automaticamente executados assim que certas condições sejam atendidas. E, até o momento, os blockchains não foram violados. (Clique para ler mais sobre blockchain e como ele poderia sustentar processos de negócios em vários mercados).

Algumas barreiras terão de ser superadas, no entanto, antes que o bitcoin possa ser extensivamente usado no comércio internacional. Talvez a mais importante seja uma diminuição considerável de sua volatilidade. Poucos diretores financeiros/tesoureiros desejarão ter em seus balanços um bem cujo valor flutua tão drasticamente como recentemente o bitcoin. Além disso, empresas precisarão desenvolver ou comprar novos recursos de TI para incorporar blockchains em seus processos de negócios.

Investidores parecem acreditar que as barreiras serão superadas e que o bitcoin – ou talvez outra criptomoeda – se tornará mais difundido nos próximos anos; as estimativas quanto à velocidade com que isso ocorrerá, no entanto, variam.

No meio tempo, investimentos de capital de risco em criptomoedas e start-ups de blockchain continuam a crescer. Já foram criadas várias bolsas de valores para o armazenamento e a troca de bitcoins e de outras criptomoedas. A Coinbase, por exemplo, tem mais de cinco milhões de usuários que já trocaram mais de cinco bilhões de dólares em moedas digitais. Outro exemplo é a itBit, uma empresa de serviços financeiros regulamentada com sede em Nova York e "construída para atender a instituições financeiras e comerciantes ativos".

Fundo volátil

Os especialistas estão divididos quanto à viabilidade do bitcoin para o uso do grande público; na maioria dos casos, "quem sabe?" é o ponto de vista mais recorrente. Contudo, a despeito dos muitos obstáculos que alimentam esta incerteza, o bitcoin sempre volta à vida. Na verdade, ele foi declarado "morto" tantas vezes que alguns observadores comparam o bitcoin a um zumbi, tanto por sua capacidade de resistir quanto por continuar a proliferar.

O interesse chegou ao ponto em que as criptomoedas estão sendo analisadas de forma cada vez mais detalhada por agências regulatórias e por algumas das principais organizações financeiras do mundo. O Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York, por exemplo, introduziu a 'BitLicense' em 2015, que é essencialmente um enquadramento dentro do qual os usuários de criptomoedas devem operar. Uma antiga chefe do FDIC dos EUA, Sheila Bair, e o ex-senador Bill Bradley são ambos membros do conselho da já mencionada itBit, e empresas como a JP Morgan já adotaram sistemas de pagamento semelhantes ao bitcoin em suas práticas operacionais.

Levando-se em conta todos os desafios enfrentados pelo bitcoin, a questão parece ser como, e não se, a moeda será adotada futuramente para o uso geral no meio financeiro. Seja como veículo de investimento, transações comerciais ou mesmo como mesada para seus filhos, a criptomoeda, de alguma forma, está aqui provavelmente para ficar.

Barra lateral: Quer minerar bitcoins? A Islândia é o lugar.

Embora os detalhes possam facilmente se tornar densos e complexos, minerar bitcoins consiste basicamente na resolução de um quebra-cabeças e em ganhar o prêmio. Conforme colocado pela :

O processo de mineração envolve a compilação de transações recentes em blocos e a tentativa de resolução de um quebra-cabeças computacionalmente difícil. O primeiro participante que resolve o quebra-cabeças coloca o próximo bloco na cadeia de blocos e recebe o prêmio.

Os quebra-cabeças não são apenas "computacionalmente difíceis", seu grau de dificuldade sobe automaticamente à medida que mais mineradores surgem. Isto também significa que a lucratividade diminui à medida que o número de mineradores aumenta.

E isso não é tudo. O protocolo bitcoin também estipula que o valor dos bitcoins recém-cunhados, o chamado "prêmio por bloco", diminui ao longo do tempo.

Em outras palavras, a mineração de bitcoins fica cada vez mais difícil e os mineradores ganham cada vez menos.

Apesar disso, conforme atestado pela oferta crescente de bitcoins, os mineradores continuam empenhados e, de acordo com o protocolo, 1800 novos blocos são adicionados diariamente.

O que os mineradores têm de fazer, exatamente, para receber o prêmio por um bloco?

Eles buscam por uma sequência de dados aleatória chamada "nonce" que permite que criem um novo "hash" em conformidade com um formato recomendado, e que, por sua vez, pode ser inserido no blockchain. (Clique para uma descrição mais detalhada do processo).

Encontrar o nonce correto é um exercício computacional que exige muito poder de computação. E já que a busca pelos nonces corretos se torna cada vez mais difícil, os mineradores acabam se envolvendo em uma corrida para criar redes de computadores cada vez mais rápidas e poderosas.

No início, o bitcoin podia ser minerado em um computador comum. Logo, este tipo de computador deixou de ser suficiente e os mineradores começaram a encher suas garagens com um monte de máquinas interconectadas e em funcionamento 24 horas por dia. Isso também se mostrou insuficiente. Eventualmente, um hardware especial conhecido como ASIC – Application-Specific Integrated Circuit – foi desenvolvido especificamente para minerar bitcoins.

Os sistemas ASIC foram apresentados em 2013 e seu design é cada vez mais eficiente. Na verdade, à medida que os ASICs se tornam mais sofisticados e mais recursos são envolvidos na mineração, o grau de dificuldade aumenta exponencialmente. Quando os bitcoins foram apresentados em janeiro de 2009, o grau de dificuldade, definido como "uma medida relativa de quão difícil é encontrar um novo bloco", foi naturalmente determinado como 1. Em , o grau de dificuldade já estava em 393 bilhões!

Isto significa que é necessário MUITO poder computacional.

A solução? Criar uma "fazenda de mineração" onde dezenas de milhares de máquinas trabalham em tempo integral. (Sim, as metáforas estão se misturando, mas é assim que esta indústria se refere às suas próprias operações).

Para encher um edifício gigante com computadores que funcionam sem parar, porém, há dois grandes desafios a serem enfrentados. Eles consomem uma quantidade enorme de energia e geram uma quantidade imensa de calor.

Conheça a Islândia.

A nova tendência na mineração de bitcoins é instalar fazendas na Islândia. A ilha vulcânica possui uma oferta abundante de energia renovável barata, além do clima frio. Uma típica fazenda ali é aberta nas laterais e tem ventiladores no teto, para afastar o calor; eles giram tão rápido que nem a chuva e nem a neve conseguem entrar. Por serem extremamente barulhentas, as fazendas de mineração ficam em áreas remotas, preferencialmente perto de uma subestação elétrica.

A rede de computadores que minera bitcoins hoje é cerca de 43.000 vezes mais poderosa do que os 500 melhores supercomputadores do mundo combinados. Contudo, já que a escassez artificial e a crescente dificuldade são o núcleo do protocolo bitcoin, o poder computacional dedicado à mineração continuará apenas a aumentar.

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