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Um efeito colateral potencial do fechamento: Legionella
July 28, 2020
Por Joachim Keck
Consultor de Risco de Acidentes, AXA XL
Eu sei, você está pensando: "Ótimo, logo agora que deram aval para reabrirmos, há mais uma coisa para nos preocuparmos?"
Infelizmente, sim. Mas, embora o risco seja real, na maioria dos casos ele pode ser eliminado por meio de medidas simples que normalmente custam quase nada.
Água estagnada é água ruim
Essa nova ameaça é a Legionella pneumophila, um patógeno comum em vários ambientes que se prolifera em tubulações de água e torres de arrefecimento. Especialmente quando a água não tem vazão, como durante um desligamento, quando as instalações são desativadas.
A Legionella é um gênero de bactérias em forma de bastonete amplamente distribuídas que se desevolvem naturalmente em água de superfície e água subterrânea, normalmente em pequenos números. Ela adquiriu seu nome após um surto em uma convenção da Legião Americana (que é uma associação de veteranos militares dos EUA) que infectou 221 participantes e causou 34 mortes. O patógeno causador era uma bactéria desconhecida anteriormente, identificada posteriormente como Legionella.
O que agora conhecemos como "doença dos legionários", não é algo incomum. Na Alemanha, segundo estimativas, entre 15 e 30 mil pessoas pegam a doença a cada ano, enquanto que são registrados aproximadamente 100 mil casos por ano nos EUA. É provável, contudo, que esses números sejam minimizados, visto que os médicos podem não considerar a Legionellosis quando tratam pacientes com pneumonia.
A doença dos legionários se assemelha muito ao COVID-19, apesar de algumas diferenças importantes. Em ambos os casos, a doença é causada ao inalar gotículas ou aerossóis contendo o patógeno. Com a COVID-19, a fonte é uma pessoa infectada, já com a Legionellosis, o ponto inicial é a água contaminada com altos níveis de Legionella que é, então, liberada à atmosfera. Fontes comuns incluem: chuveiros, umidificadores, banheiras quentes e, até mesmo, torneiras. Imagine isso: alguém lavando as mãos para limitar a propagação do coronavírus poderia, inadvertidamente, lançar gotículas de água contendo Legionella no ar.
O período de incubação da doença também é parecido – de 2 a 10 dias. Além disso, os riscos são maiores para pessoas com sistemas imunológicos frágeis, além de idosos e fumantes. Ela parece atacar os homens com mais frequência do que mulheres, já a contaminação em crianças é rara.
Como a COVID-19, os principais sintomas da doença são tosse, calafrios, dor de cabeça e febre alta, contudo, ela é mais letal. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (em inglês, Centers for Disease Control and Prevention) dos EUA, a taxa de mortalidade fica em torno de 10%. Além disso, para os pacientes que a contraem em uma unidade de saúde, a taxa de mortalidade se aproxima de 25%.
Além disso, há uma forma mais branda da doença chamada de "febre de Pontiac”, que resulta em sintomas parecidos com os da gripe, como febre, mal-estar, dor de cabeça e dores pelo corpo. O tipo mais ameno não é fatal, e a doença normalmente é curada após uma semana.
Diferentemente da COVID-19 – e isso é muito importante –, a doença dos legionários e a febre de Pontiac não são altamente contagiosas. Raramente uma pessoa infectada espalha essas doenças a outras pessoas.
Águas desconhecidas
A Legionella se reproduz melhor em temperaturas entre 25 °C e 45 °C (77-113 °F). Ela morre em temperaturas acima de 60 °C (140 °F) e dificilmente se reproduz abaixo de 20 °C (68 °F).
Embora as tubulações de água e as torres de arrefecimento ofereçam condições ideais para a bactéria, o risco de seu desenvolvimento ou multiplicação normalmente é muito baixo. A vazão constante de água fresca, junto da introdução ocasional de água muito quente ou muito fria, mantém a Legionella sob controle. Assim como a adição de cloro ou outros desinfetantes no abastecimento da água.
Contudo, se a água em um prédio estagnar por muito tempo, o desinfetante desaparece e o ecossistema dentro da tubulação se modifica. O mesmo se aplica a sistemas industriais e de condicionamento de ar ociosos, que usam a água como meio de troca de calor.
Essa é a situação que o mundo enfrenta hoje, com inúmeros prédios desativados por um longo tempo. Além de prédios de escritórios e operações de montagem/fabricação, eles também incluem, entre outros, hotéis e estabelecimentos de varejo.
Tanto os sistemas de abastecimento de água quanto os equipamentos de utilização de água, não foram projetados para essas condições de estagnação. Além disso, pesquisadores acadêmicos e autoridades de saúde pública informam que as consequências de uma paralisação duradoura são praticamente desconhecidas. Eles afirmaram: "Ainda não fizemos estudos sobre a estagnação que dura meses". Por assim dizer, estamos em águas desconhecidas.
Testar-escoar-desinfetar
As empresas têm a obrigação de garantir a segurança e o bem-estar de seus funcionários, clientes e fornecedores. Com a doença dos legionários, isso significa assumir precauções razoáveis para garantir que a água em uma instalação – onde aparecer – não contenha níveis nocivos de Legionella. A seguir, destacam-se as práticas convencionais normalmente usadas para evitar a reprodução da Legionella.
Felizmente, vários prédios não ficarão completamente ociosos e abandonados durante o fechamento, tendo o pessoal de segurança e manutenção periodicamente no local. Nesses casos, em princípio, o prédio poderá ser aberto se:
• o sistema de água foi escoado ao menos a cada três dias;
• a temperatura da água, nas torneiras, foram verificadas e alcançam, pelo menos, 55 °C (131°F);
• testes microbiológicos realizados durante o desligamento não mostraram nenhuma mudança significativa no número total de bactérias.
Para prédios que ficaram ociosos por pelo menos 7 dias – e especialmente onde as tubulações de água e sistemas relevantes, dependentes de água, foram desligados por mais de um mês – a água precisa ser testada e, se necessário, escoada e desinfetada. No mínimo, amostras de teste devem ser coletadas nos seguintes locais:
• vazão e retorno das unidades de aquecimento de água (circulação);
• todos os pontos finais das tubulações de água quente, em diferentes prédios ou andares;
• todos os pontos de tomada, que são evidentes, durante a inspeção de orientação;
• partes da tubulação e abastecimento de água fria, com aquecimento acima de 25 °C (77 °F).;
• todos os pontos de tomada com água estagnada.
Se mais de 100 unidades de formação de colônias (UFC) de Legionella forem encontradas em uma amostra de 100 ml, a água é considerada contaminada e todo o sistema precisa ser completamente escoado com água quente (65-70 °C / 150-158 °F) por pelo menos três minutos. Observe, contudo, que isso não é possível em sistemas de água fria. Nesses casos, é necessária a desinfecção química.
Em concentrações acima de 10.000 UFC por 100 ml, contramedidas adicionais são necessárias imediatamente (exemplo: desinfecção química). A desinfecção química deve cobrir todo o sistema de água potável. A instalação deve ser escoada com produtos químicos aprovados como cloro, dióxido de cloro, hipoclorito de sódio ou cálcio ou ozônio. Esse processo deve ser feito por uma empresa especializada e, durante a desinfecção, a água é considerada não potável.
Observe que todas essas medidas – testar, escoar, desinfetar – também se aplicam a torres de arrefecimento, sistemas de ar condicionado e qualquer outro maquinário ou equipamento com reservatórios de água.
Evidentemente, evitar um surto de doença dos legionários é muito mais fácil e menos custoso para as empresas do que evitar a propagação do coronavírus. O teste para Legionella e, se necessário, o escoamento ou a desinfecção da água do prédio, deve ser parte fundamental de todos os planos para retomada das operações. A COVID-19 já ceifou vidas demais sem a perda desnecessária de vítimas adicionais dessa pandemia.
Observação: Caso haja dúvidas sobre os impactos potenciais do desligamento de suas operações ou, especificamente, sobre a doença dos legionários, entre em contato com as nossas Equipes de Consultoria de Risco de Acidentes para maiores esclarecimentos.
Sobre o autor: Joachim Keck é um biólogo que trabalha como Consultor de Risco de Acidentes, especializado em segurança ambiental e de produto em diversos setores industriais, incluindo biotecnologia, engenharia genética, farmacêuticos e alimentos e bebidas. Ele está baseado em Munique e pode ser contatado pelo e-mail joachim.keck@axaxl.com
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